segunda-feira, dezembro 05, 2005

O Sol




















Entre aventuras
provei a tentação
de voar mais alto,
de saborear a paixão.

Deixei-me levar
numa canção de embalar
e adormeci em silêncio
ouvindo esse doce cantar.

Queria sentir o mundo,
mas senti algo mais,
ao ouvir o som da música
que cantas quando te vais.

Mergulhei no teu pensamento,
para em teu mar me enrolar.
Olhei o Sol de frente,
sem medo de me cegar.

Mas o Sol triste pôs-se
por detrás desse mar encantado
que deixa na saudade
este amor alucinado.

Labirinto Negro





















Por entre labirintos do destino,
Passando por sebes do pecado.
Encontrei o meu amor perdido
Vestido de negro chorando seu fado.

Seu manto pesado de trevas
Cobria meu mundo,
Desde as mais altas montanhas
Ao abismo mais profundo.

No mais alto pico,
Brilhava a riqueza.
No buraco mais fundo,
Estremecia a pobreza.

Seus olhos escuros
Choravam saudade,
Dos tempos antigos
Livres de maldade.

Numa ânsia profunda
Respirei liberdade.
Deixei-me voar
Pelos caminhos da verdade.

Pela sua face branca corriam,
Alegres lágrimas salgadas.
Adoçavam o seu sorriso,
Como belas pérolas amadas.

Querendo controlar o destino,
Sabendo que não pode ser controlado,
Afogavam-se em lagos de culpa
Aqueles que tinham ousado.

Ventos de mudança sopravam
E o seu cabelo negro esvoaçava.
O futuro continuava o mesmo,
No labirinto nada mudava!

quarta-feira, setembro 07, 2005

Why?



















Why did you give me wings?
You know I can’t fly!
Is it so you could see me suffer?
Seat right beside me
And watch me die?

It’s all I ask you…
Why? Why? Why?

The little light in my heart
Blacked out and turned dark.
The day you despised me
Will forever leave a mark.

As my soul fades away
My eyes turn red.
No more tears, no more laughs…
My heart’s dead!

Forget the person I once was
It exists no more.
A window was closed
When you shut the door.

I’m pure evil now
And darkness is my middle name.
My life’s coloured black
And I am NOT the same!

Love me or hate me
It’s up to you!
You’ve hated me before
So… do it now too!

Can’t kill me
‘cause I’m already dead
Can’t resurrect me
‘cause I don’t exist.
So… tell me…
What will you do?
Will you insist?

I’m not worthy of such privilege
Your allegiance’s to someone else now.
Go ahead serve your purposes
But do not expect me to bow.

One last time
I ask you why.
Why can’t I get over you?
Is it because I still live a lie?
Is it because I want to die?
Please just answer my last questions
Then take as granted
This is my last goodbye!

domingo, agosto 28, 2005

Riddles of Darkness















Riddles of darkness
Enter my room.
Shadows of death
Will come soon!

In fate I have faith
In fate’s lies I believe.
These cruel vain promises
I shall achieve.

Whispers of hope
Crawl in my mind.
A way to the heart
They will not find!

My poor corrupted heart
Defeats my soul
Come conquer me…
Come conquer it all!

My deceiving eyes
Haunt your peace
My weak body
Eagers for a kiss.

A hard rock shell
Covers the feeling within
Nothing comes out!
Nothing gets in!

Protected from life
My existence fades away.
All is disappearing
Nothing, nothing will stay!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Viver à Força




















Sinto-me preso à vida!
Quero me libertar desta prisão!
Alguém que me corte as amarras,
Quero sair desta confusão!

Puxam-me para baixo,
Para mais que bem fundo.
Quero subir, quero fugir,
Quero abraçar o mundo.

Estas correntes que me prendem
Vão ser destruídas mesmo à força.
Há quem seja escravo da sua vida,
Mas eu farei dela minha moça.

Mais tarde ou mais cedo
Vou me libertar!
Não sei se vencerei o medo,
Mas pelo menos vou tentar.

Eu grito, eu puxo, eu esforço-me!
Mas não me deixam partir…
Não me deixam sair…
Fico cansado de tanto fugir.

Por mais que tento viver
Mais cordas me amarram,
Mais correntes me prendem,
Mais ilusões me arrastam…

Quero desistir, mas não o farei!
Não lhes darei esse doce prazer
Que tanto insistem e anseiam
Por fazer sofrer.

Não quero continuar!
Por favor… deixem-me ficar!
Estou cansado de tanto lutar
Para nada alcançar.

Nesta maldita existência insonsa
Não há maneira de pôr um fim.
Se houvesse uma solução
Não estaria a sofrer assim.

É melhor me calar!
Parar de me lembrar
Daquilo que tento esquecer,
Daquilo que finjo estar a lutar.

Viagem Sem Fim
















Por terras longínquas andei
Querendo me livrar
Deste vazio que me enche,
Deste pensamento que me preenche.

Desertos atravessei e mares naveguei,
Escalei montanhas e desci colinas,
Passei por oásis e miragens,
Naufraguei em ilhas desertas e selvagens.
Caí várias vezes no abismo.

Sonhei e venci!
Lutei e perdi!
Venci a luta pelos sonhos perdidos…
Perdoei o mundo pelos sonhos esquecidos.

Continuei meu caminho
Procurando a união
Do meu ser divido,
Perdido na confusão.
Não me encontrei!

Achei muito pouco,
Mas a descoberta valeu a pena!
O sabor do fruto proibido
Não pode jamais ser esquecido!

Desejei muito e ansiei muito mais…
Mas o tempo passou e curou
Abriu cicatrizes e cicatrizou feridas
Abertas pelo desgosto e esperança perdidas.
A viagem continua.

Procuro o meu Eu
Perdido na escuridão,
Aconchegado à solidão.

É uma viagem sem fim
Aquela que em mim faço por mim…

Ondas Sentidas
















Na cor de cada pétala,
No som de cada pássaro,
No aroma de cada fruto,
Olhar, ouvir, saborear
O dom da Natureza,
O pulsar da vida.

Sonhar com o mar
Sujo de remorsos.
Para acordar renascido
Em seu balançar,
Em sua onda perdida
E descobrir
Que sua brisa levou
O pesadelo sonhado.

Para trás ficou
Embrulhado
Num beijo salgado,
A doce fantasia
De seu amor adormecido,
Envolto em maresia.

Em cada onda
Um abraço, um aperto.
Em cada maré
Um sonho, um desalento.
Mais um ciclo que passa…
Outra vida que passa…

Ouvir nas conchas
A praia que te espera,
E desfolhar o mar
Em oceanos coloridos,
E saborear em teu beijo
O sal amargo da esperança.

Sentir, sentir sem ti
O dom da Natureza,
O pulsar da vida.