
Muito se queda, se olvida
No evoluir do pensamento
A confusa mente se enreda
Nas teias baralhadas do momento.
A morte do tempo presente
Tudo traz ao futuro brejeiro,
Engorda-lhe a ambição inconsequente
O agora, segundo passageiro.
Vai de minuto, a longa hora
No compasso do relógio barulhento
Envelhecendo a cada aurora
A gente, o povo desatento.
E na encalhada obscura memória
Guardam-se relevadas sensações
Uma e outra velha suja história
Na cabeça, baú de recordações.
Escurece, vai ficando escuro
Com o tempo, a hora a passar
Ergue-se um opaco negro muro
E se esquece, esquece o lembrar.
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