quarta-feira, setembro 17, 2008

Demência Eclética



Digam adeus os sérios, os sisudos, os austeros
Por cá ficam os loucos, insanos por natureza
Que se vá a lógica e a probabilidade dos zeros
E seja bem-vinda a improbabilidade da incerteza.

Já chega de coerência e dialéctica
Já farta o palavreado e a conformidade
Tenho sede de demência ecléctica
Daquela crua e persistente,
Que existe e resiste e não passa com a idade.

Que morra longe a competência e o empenho
Não mais ver a habilidade racional
Desapareça rápido o que não tenho
Que o que tenho vai mal,
E não se prende ao que quero
E se me escapa por entre um e outro dedal

No varrer de um segundo fico sem ter o que ter
Saio farpeado por falta de meneio,
De destreza em remendar sem doer
Que venha, que raios! Venha o que anseio
Quero uma paixão insana
Uma que me ponha a ferver.

1 comentário:

Natália Bonito disse...

Forma-se a demência
No poema criado
Por momentos, conquista-se a consciência
E o fulgor temperado,
Mas de nada vale, pois a ausência
É critério fundado.

Parabéns amigo por esta demência eclética. Continua a postar os teus escritos que eu terei todo o gosto em lê-los e comentá-los.

Cumprimentos poéticos,

Natália Bonito