domingo, janeiro 29, 2006

Mal Preenchido













Escuridão, confusão, o vazio…
Preenchem-me!
Como a água enche o mar
E a luz completa o dia.
Além disso nada mais,
Depois disso só o caos.

De olhar perplexo e profundo
Espreito o horizonte infinito,
Ultrapasso essa linha,
Quebro o meu limite!
Olho para aquilo que não existe!

Ou existe mas não está lá…
Ou está mas ninguém vê…
Serei o único a ver o dia
E a não ver a noite?
Ou estarei no entardecer?
Onde a sol beija a sombra…
E não sei se amanhece ou escurece?

O relógio parado no meu braço
Diz-me que o tempo não passa
E que é este meu castigo:
Viver no limbo do meu ser,
Na orla de um existir vazio
Mal preenchido até ao fim!

Atrever-me-ei a ver a luz
Ou a partilhar minha escuridão?
Estará a luz a me cegar
Ou a escuridão a não me deixar ver?

De olhos vendados
Ou demasiado abertos
Não tenho como saber para onde vou…

Os meus sentidos mentem-me!
Dizem-me que não vou!
Que estou mal perdido
Na porta de um labirinto
Sem saída, nem fim,
Sem partida, nem largada,
Só fugida!

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