segunda-feira, dezembro 05, 2005

O Sol




















Entre aventuras
provei a tentação
de voar mais alto,
de saborear a paixão.

Deixei-me levar
numa canção de embalar
e adormeci em silêncio
ouvindo esse doce cantar.

Queria sentir o mundo,
mas senti algo mais,
ao ouvir o som da música
que cantas quando te vais.

Mergulhei no teu pensamento,
para em teu mar me enrolar.
Olhei o Sol de frente,
sem medo de me cegar.

Mas o Sol triste pôs-se
por detrás desse mar encantado
que deixa na saudade
este amor alucinado.

Labirinto Negro





















Por entre labirintos do destino,
Passando por sebes do pecado.
Encontrei o meu amor perdido
Vestido de negro chorando seu fado.

Seu manto pesado de trevas
Cobria meu mundo,
Desde as mais altas montanhas
Ao abismo mais profundo.

No mais alto pico,
Brilhava a riqueza.
No buraco mais fundo,
Estremecia a pobreza.

Seus olhos escuros
Choravam saudade,
Dos tempos antigos
Livres de maldade.

Numa ânsia profunda
Respirei liberdade.
Deixei-me voar
Pelos caminhos da verdade.

Pela sua face branca corriam,
Alegres lágrimas salgadas.
Adoçavam o seu sorriso,
Como belas pérolas amadas.

Querendo controlar o destino,
Sabendo que não pode ser controlado,
Afogavam-se em lagos de culpa
Aqueles que tinham ousado.

Ventos de mudança sopravam
E o seu cabelo negro esvoaçava.
O futuro continuava o mesmo,
No labirinto nada mudava!