segunda-feira, abril 30, 2007

Limbo



Já não faz sentido viver…
Este limbo que me segura
Larga-me na noite escura
E fico só, a doer.

Os vultos que me rodeiam
Não são mais que almas penadas,
Vidas de pessoas cansadas
Perdidas, suas cores escasseiam.

Este mundo cinzento,
Daltónico por não se enxergar
Enfraquece-me a vida e o pensar
E deixa-me num limbo de tormento.

A convicção cega desta gente
Enclausura-me a imaginação
Queima-me o coração
Tanta mentira eloquente.

Regem-se por princípios infiéis
Condenados à nascença
Enganam a sua própria crença
E vão se os dedos e os anéis.

Fico eu só, isolado
Reprimido a um canto
Cobrem-me as sombras e um manto
E aqui ficarei para sempre
Eu próprio vivo, mas cansado!