
A indiferença dói-me
E mata-me como punhais,
Fazem-me sangrar o coração
Os sentimentos desiguais.
O desinteresse apático
Magoa-me sempre e cada vez mais.
Estou frustrado e canso-me
Da falta de sinais.
Ai tão esperadas palavras
Venham sem demora!
Aqueçam-me o coração
Nesta tão penosa hora.
Que venham embutidas de desejo
De vontade e necessidade
E torneadas de tentação
Satisfaçam este apetite sobejo
De estima e aceitação.
Aos gestos faltam-lhes a voz,
São tagarelas de boca calada.
Dizem ser mudos por escolha.
É arbítrio de alma penada.
Que prevaleça o amor
Entre as palavras e as acções.
Que nunca esmoreça o vício
Que alimenta estas paixões.